fevereiro 22, 2007

sou como sou...

pedes sempre algo que raramente tem contornos de real.
Como se eu conseguisse voltar a ser depois de ter sido.

Tudo é ao mesmo tempo que deixa de ser.
Quase como a chuva, que bate contra o vidro e escorre,
gota a gota, cada uma atrás da outra sem nunca ficarem ali,
quietas, suspensas no vidro apenas para serem minhas.

Janelas há muitas... gotas vêm e não ficam, escorrem
ou limpo-as eu, que quero ver lá para fora.
Não és gota nem janela, és a brisa que me faz tremer
quando as flores das amendoeiras trazem o teu cheiro
e a lembrança dos teus olhos que me mostram que existi.

E eu, sou como sou, um sorriso teu.