janeiro 06, 2008

A seta apaixonou-se pelo vento
quis deixar-se levar pela sua força.
Voamos os dois na mesma direcção
mas o vento só vai para onde lhe apetece.

A seta apaixonou-se pelo vento
quis deixar-se levar pelo seu talento.
E entramos os dois numa combinação
que tendia para o infinito inequivocamente.

Amanha não vais ter tanto encanto
Amanha não vais ter tanto encanto
Amanha não vais ter tanto encanto
Amanha não vais ter tanto encanto
Não vais ter...
Não vais ter...
...tanto encanto.

E o vento apaixonou-se pela seta
quis deixar-se acompanhar pela coisa concreta,
surgia como justificação,
para a materialidade de um traço no céu

E o vento apaixonou-se pela seta,
quis fazer com ela a volta completa.
Mas a seta estava farta de dispersão,
voou para Barcelona e deixou solidão.

Amanha não vais ter tanto encanto
Amanha não vais ter tanto encanto
Amanha não vais ter tanto encanto
Amanha não vais ter tanto encanto
Não vais ter...
Não vais ter...
...tanto encanto.
...tanto encanto.

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e eu... serei seta ou vento?