janeiro 29, 2005

Stick Boy And Match Girl In Love



Stick Boy liked Match Girl,
He liked her a lot.
He liked her cute figure,
He thought she was hot.



But could a flame ever burn
For a match and a stick ?
It did quite literally;
He burned up pretty quick.

pedaços de nada ao vento

sou restos
sou pedaço de nada
do tudo que fui
do olhar que tive
do negro ser escondido
tudo mostrei, tudo dei
da luz em mim contida
toda ofereci, a beber
sem pensar que também eu
guerreiro invencivel
podia ser derrotado
fui rasgado de alto abaixo
pela espada do amar
fui levado pelo dançar
de um corpo que apenas eu amei
fui levado a pensar
que só eu com ele
soube bailar, rodopiar
pelas paixões de sermos um
duas metades do mesmo ser
sou apenas um pedaço
apenas mais um
no meio de tantas metades
que se encaixam sempre
fui apenas mais uma paixão
no meio de tantas
que parecem cair em turbilhão
de mim nada fica, nem palavra nem imagem
fui guerreiro invencível
hoje pedaço de ninguém
que dança sozinho pela pista
de um caminho traçado para ser a dois.

janeiro 28, 2005

cansaço

Por trás do espelho quem está
De olhos fixados nos meus?
Alguém que passou por cá
E seguiu ao deus-dará
Deixando os olhos nos meus.

Quem dorme na minha cama,
E tenta sonhar meus sonhos?
Alguém morreu nesta cama,
E lá de longe me chama
Misturada nos meus sonhos.

Tudo o que faço ou não faço,
Outros fizeram assim
Daí este meu cansaço
De sentir que quanto faço
Não é feito só por mim.

Luis de Macedo

janeiro 21, 2005

quanto tempo é para sempre?

que dia é hoje
um após ontem
dois antes de depois de amanhã
depois, sempre depois
ficaram assim por resolver
o que nos magoava
depois sempre depois
pois eramos sempre os dois
no nosso depois
e agora, não há agora
já não somos dois
e eu não sou teu
nem o que fui outrora
sou restos de uma alma
que se foi embora
sou corpo que se queixa
a cada passo
sou homem que vive no embaraço.

janeiro 19, 2005

Pastelaria Ferrari

Dizem?
Esquecem.
Não dizem?
Dissessem.

Fazem?
Fatal.
Não fazem?
Igual.

Por quê
Esperar?
Tudo é
Sonhar.

Fernando Pessoa

janelas

não sou mais que uma janela
talhada em três partes divididas
em vinte e um pequenos vidros
feita à medida de uma princesa
que queria uma vista para o mundo.

não fui mais que uma protecção
pedida por quem tinha medo
e não conseguia olhar
para o mundo desconhecido
sem por detrás dela, estar.

não serei mais nada, senão uma janela
sem uso nem precisão
pois a princesa que através dela sorria
os seus vidros partiu,
para fugir da suposta prisão
pela janela imposta
mas o que esta deusa não viu
foi que a janela, esteve sempre
aberta.

escrito a 20 de Novembro de 2004

vida

a vida é o que fazemos dela
passado, presente e futuro
esquecer um destes é perder
o fio do nosso próprio destino.
chamar vida ao passado recente
é matar-nos, pois o que nos fez
está lá atrás.
desconsiderar quem nos amou
apenas porque andamos em frente
esquecer o que connosco passou
é magoar o nosso ser sem sabermos
é perdermos-nos em nuvens de momentos
que não são mais que esquecimentos
de que o que somos nunca deixará de ser.

"conta-me de ti"

que te posso contar
eu sou eu
o que me agrada ou desagrada
muda comigo
e eu,
eu estou sempre em constante mudança.

janeiro 12, 2005

eu...porque...não sei...sim...eu



porque sou diferente
continuo a sê-lo
independente
de mim ou de outrem
porque procuro a luz
noutra direcções
porque a sei onde procurar
sou eu que a vejo como ela é
sou eu que a gosto dessa cor
procuro o meu sol,
é diferente do dos outros.

janeiro 06, 2005

little ballet dancer

queria ser pequenino
como aquelas bailarinas
das caixas de música

queria abrir a tua
e pegar-te para dançar
ao som da nossa melodia.

janeiro 04, 2005

Darts of Pleasure

o corpo é a capa da alma
mero objecto que esconde
o sentimento.

olho corpos
vejo figuras esguias
outras tardias
vejo capas sem sentido
de almas tomadas em comprimido

amar é esquecer que ele existe
corpo desnecessário
amar é ter o calor da alma
a querer rasgar a carapaça que a prende

chamam-me louco
por derramar lágrimas
pela perfeição que não existe

pois eu grito
eu sei, quase a toquei
a minha alma rasgou minha carne
pois encontrou igual.

o corpo é efémero
o amor eterno
quando o sentimento
não cabe no peito.

janeiro 01, 2005

é estranho sorrir, quando as lágrimas correm pela face

eu sou o negro sentir
sou a tristeza de existir
não sei ser

tive em tempos, a doce
magia de ser amado
fui outrora azul como o céu
grande como o mar

serei a nulidade imensa de solidão.

ano novo, vida nula

passo em frente
esperando encontrar chão
as forças faltam
as lágrimas caem e puxam-me com elas
o precipicio abre-se,
caio
leve como uma pena
sou oco, vazio de ser
as lágrimas caem antes de mim
e chocam com o duro
da solidão
vou batendo entre as rudes
paredes da dor
mergulho no rio de água salgada
dos meus choros
a face arde com o salgado
sentir da realidade.