agosto 13, 2007









já não sei sorrir... a felicidade tenta encontrar-me, assumo que de todas as vezes que fugi o fiz porque não suportava a ideia do risco, o medo tomava-me de rompante e eu, fraco, não conseguia ficar.


Decidi tentar, arriscar pode não ser assim tão mau, pensei. Nem todas são assim, nem todas as pessoas me querem magoar...ou o vão fazer sem pensar em mais nada que não seja o seu bem-estar. Dizendo isto parece que as pessoas de quem fugi o queriam fazer. Não é verdade... a minha mente e mais que tudo, o meu peito dilacerado, que ao menor bater do novo coração que se começa a criar, grita de dor, habituado ao vazio não consegue suportar o movimento ora calmo ora alucinante do sorriso, da paixão, da vontade.


Magoo-me mais a mim que aos outros, posso eu pensar, até aqui chego a ser egoista... sei lá eu o quanto magoei as outras pessoas, o quanto lhes custou o meu virar de costas... mas virei-me tantas vezes porque não queria que me vissem chorar, e tantas outras não me voltei de novo para elas porque as lágrimas salgam a ferida e dói ainda mais.


Decidi não pensar, deixar ir é capaz de saber bem, outra vez. Se já foste feliz, porque não o podes ser de novo? A resposta é tão simples que me chega a fazer ela mesma rir desenfreadamente. Quando um não quer, dois não dançam. E eu já quis tanto, e há tanto que não danço.


Torno-me noutro, faço-me diferente, mascaro-me do que não quero ser e do que não suporto nas outras pessoas. É mais fácil assim, se ficar a ver os outros dançar é mesmo porque eu não o sei fazer. Mas quero tanto, quero tanto agora, já. Porque faço eu o contrário? Não sempre, mas por vezes. Por vezes quando o sorriso aparece e o peito outrora cheio, que se habituou a ser só, começa a abrir, a ferida sangra, o medo aparece, a dor acutilante faz-me tremer, a vontade sobe e fortalece o que a alma não consegue acompanhar, o sentimento.





Sinto falta de sentir.