dezembro 12, 2005

semelhanças

CANCIONES

No tardes, Muerte, que muero;
ven, porque viva contigo;
quiéreme, pues que te quiero,
que con tu venida espero
no tener guerra conmigo.

Remedio de alegre vida
no lo hay por ningún medio,
porque mi grave herida
es de tal parte venida
qu'eres tú sola remedio.

Ven aquí, pues, ya, que muero;
búscame, pues que te sigo;
quiéreme, pues que te quiero,
e con tu venida espero
no tener vida conmigo.


Jorge Manrique

dezembro 09, 2005

sementes

a noite caiu há muito mas eu não durmo. Como em todas as outras noites, não durmo. Fico aqui, frente ao nada em que a minha vida se tornou até o cansaço ser insuportável e aí sim, o sono chega. Durmo, agitado, leve, nunca tive o sono leve, até que me vi sem ti. Agora não tenho razão para dormir, nem para acordar, não vejo o que posso alcançar. Eras como que o simbolo de que eu podia realizar grandes coisas, se te tinha conquistado a ti, nada era impossível.
Sinto a vida a sair de mim, a cada dia que passa, a cada letra que escrevo, a vida que eu tinha vai-se desvanecendo devagar. Vou ao poucos perdendo aqueles que eram importantes para mim, também porque nada faço para que fiquem a meu lado. Apenas discuto e não controlo a raiva que tenho de tudo e de todos, que tu tão bem sabias domar, com a doce voz e o olhar candido de quem me amava... como custa dizer que me amaste... que esse sentimento há muito de abandonou. O meu coração é ainda teu, temo que será para sempre, não o sinto bater desde que foste e penso que talvez te tenha mesmo entregue esse pedaço de mim. Sei-o agora, sonhei contigo, assim como o amor que sentiria por ti, que sinto. Não deites também esse pedaço de mim fora, espera que eu um dia tenha forças para o pedir de volta. Se esse dia não chegar, se eu perecer antes de conseguir olhar para ti sem te amar, guarda-o com aquela fotografia que eu tanto gostava, aquela que tiraste na porta da sala, com os cabelos compridos e a camisa preta, e na caixa escreve:

"aqui jaz o ultimo pedaço de quem me amará para toda a eternidade"

attack!! attack!!



e se o diabo
de mim se aproximar
de bem alto lhe digo
baza lá ó belzebu
já sofri demais
não me venhas também tu!