junho 23, 2005

luxúria

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bebo do sangue de anjos, que tentam acalmar o vazio que me consome por dentro. Sou canibal em terra de vegetarianos, deleito-me de corpos e suores, gemidos e cabelos que flutuam com o vagar do meu corpo. Tempo sem fim em luxúria sem pudores, pele contra pele, dedos que se tocam e deixam tocar, lingua que se delicia com o sabor a pecado, todos os sentidos fechados num prazer que se expõe perante mim. Olhos que procuram o seu par por entre a luz que emana das centenas de velas, acesas pelo calor da paixão, culminar de um sol que se quer continuado pela noite dentro, em formas e vontades lascivas, masoquismos...

junho 22, 2005

soube a muito durante tão pouco...

...estava sentado quando o telemóvel toca, levanto-me e vejo que recebi uma mensagem do meu amigo David, não sendo isso normal fico curioso e ao mesmo tempo com um certo receio...- Que será que se passa? - não podia ser melhor... ou talvez pudesse, tendo em conta muito do que senti hoje... mas tirando isso, a notícia caiu no momento certo dentro do meu saco, tinha finalmente feito uma cadeira chata que se arrastava atrás de mim... Análise Matemática 1... soube tão bem, por momentos saltei, ri, cantei, soltei gargalhadas de alegria, por momentos que terminaram tão repentinamente como surgiram... e voltou o choro, a vontade de cair e não mais me levantar... onde estava o abraço dela, o riso contagiante e único, os olhos de amêndoa, a voz doce e o seu cheiro?... onde estava tudo o resto que eu precisava para que este momento fosse realmente bom?...

apetece-me chorar quando devia rir.

about me...

sou... serei...fizeram-me sentir assim...

vil
reles
ordinário
miserável
mesquinho
infame
degradante
desprezível
torpe
vergonhoso
impudico
nojento
repugnante
ignóbil
disforme
indigno
odioso
incapaz
inutil
lastimoso
indigente
devasso
baixo

odeio-a... mas amo-a ainda mais...muito mais...

junho 19, 2005

my hand taken by thy axe

por vós fui mercador de veneza
sempre presente nunca suficiente
por vós empenhei minha alma
qual doce tortura que me acalma
por vós deixei amigos e vontades
chorei marés e felicidades
por vós deixei de ser
por tudo o que não mais voltarei a ter.

junho 15, 2005

just another day...

The Boy Done Wrong Again

Belle And Sebastian

The boy done wrong again
Hang your head in shame and cry your life away
The boy done wrong again
Hang your head in shame and cry your life away
Are you ok now?
Are you ok now?
On Saturday I was an angel shining fair
You shone louder, longer
You put my shine to shame
Put me to shame now
Put me to shame

What is it I must do to pay for all my crimes?
What is it I must do?
I would do it all the time

All I wanted was to sing the saddest songs
If somebody sings along I will be happy now

The woodland spring will put the darkness from your thinking
If this town's your sinking ship
Then you know where to jump

Talking dirty, for a hobby it's fine
So pour another glass of wine
I'll think of England this time

All I wanted was to sing the saddest songs
If somebody sings along I will be happy now

junho 14, 2005

not again...

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tenho medo, tanto que quase o consigo ver sentado a meu lado, com a sua mão sobre os meus ombros impedindo-me de levantar. Qual estátua que guarda a entrada de um castelo, este cavaleiro de névoa impede que as minhas muralhas sejam de novo quebradas.

six feet under

hoje foi um dia como tantos os outros, só, triste e com medo, navego por entre um rio que se quer mar, ao sabor das suas vagas que nem sempre são as minhas. Deito-me na cama, indolente, passo entre canais como que esperando algo a que me agarrar, algo que me leve durante horas para longe de um mundo onde apenas me senti bem há uns anos atrás, paro na 2:, como sempre, começa uma das suas, e minhas, séries favoritas, Sete Palmos de Terra, mal sabia eu que o episódio de hoje me traria para além da memória dela, sempre constante, tantas outras de momentos, dos momentos que me marcaram a ferro e dor.
O medo que tenho de sentir novamente a dor de perder é evidenciado, é mostrado em tons de normalidade. Tremo... Vi espelhado na cara de um actor, o que eu senti, quando pela primeira vez me foi dito que tinha acontecido o que não devia, quando eu senti que tudo se desmoronava, vi isso, senti que talvez eu não fosse o único a sofrer daquela forma. Se alguém consegue representar tal situação, decerto eu não sou o único que tombou ao seu passar.

Tristes os homens que Amam... pois Amam apenas uma vez.

junho 12, 2005

"posso comê-lo?"

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a minha vida está qual novelo de fios cortados... toda enrolada numa desmedida confusão e repleta de pontas...

quero deixar de viver assim... quero ter força para lutar... mas sempre que tento agarrar um fio e segui-lo até fora deste emaranhado de vidas que é a minha, os outros prendem-me, puxam-me para dentro de mim mesmo, para junto do buraco que ficou quando ela partiu.

Por vezes sou de novo eu, aquele por quem ela se apaixonou, por quem o corpo dela tremia só de pensar. Aquele que a fazia vibrar por dentro e sorrir por fora só com o olhar. Continuo a procurar aquele sorriso em todos os lábios que tocam os meus, a suavidade da sua pele em todos os corpos que tocam o meu. Continuo a procurar a dança que era amar em tons de paixão, entre nós dois.

Por vezes sou de novo esse, aquele que se perdeu no meio de tanto querer e no medo de perder. Sou novamente quem não teme, quem quer e conquista, quem olha sem limites e não mede distâncias, não tem medo de linhas imprevistas ou olhares que soltam faíscas.
É nestas alturas que volto a cair, entro no ciclo de quem saudoso chora pela hora em que deixou de ser para passar a ter, quem parecia tirada do seu sonho de infância, qual desenho a carvão no quadro dos seus desejos.

Olham-me, querem-me, dizem-me Deus, dizem-me inacessível. Chamam-me, pedem-me, são tantos fios, são tão poucos pavios.

Sou apenas eu.